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Crédito imobiliário deve bater recorde em 2022

O crédito imobiliário atingiu um nível recorde no país em 2021: mais de R$ 200 bilhões em financiamentos, segundo projeções do mercado, o que significou a realização do sonho da casa própria para muitas famílias. Se o volume de recursos se confirmar, o aumento em comparação aos R$ 124 bilhões observados em 2020 será superior a 60%. As perspectivas para este ano também são positivas, apesar da desaceleração verificada nos últimos meses, pois a aquisição de imóveis é considerada um investimento sólido e uma saída para quem deseja se livrar do aluguel.

Segundo o último balanço divulgado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), foram financiados com recursos da poupança 804,3 mil imóveis no país entre janeiro e novembro de 2021, um resultado 116,9% superior ao mesmo período do ano anterior.

“No ano passado, houve recorde em todas as linhas de financiamento, em volume de crédito e em número de imóveis. Apesar da alta dos juros e da inflação, esperamos que 2022 seja um ano também positivo”, afirma Cristiane Portella, presidente da entidade, ressaltando que algumas linhas de crédito podem apresentar alta na taxa de juros cobrada.

É um reflexo do aumento da taxa básica (Selic) ao longo de 2021, mas essa elevação feita pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central não deve assustar os candidatos a um financiamento, pois o repasse é proporcional. Segundo Cristiane Portella, essa alta tende a reduzir a inflação, manter o poder de compra das pessoas e trazer estabilidade, fatores positivos para os investimentos de longo prazo.

Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ), Marcos Saceanu, repetir os números de 2021 já seria excelente, tendo em vista o crescimento expressivo no período. Mas ele prevê também a possibilidade de aumento no volume de crédito e no número de unidades financiadas, devido ao apetite dos bancos.

“Os recursos da poupança continuarão sendo o grande financiador do crédito imobiliário, mesmo tendo outros modelos de financiamento. Há ótimas oportunidades no mercado tanto para o segmento econômico quanto para a alta renda”, afirma.

Para Saceanu, imóveis financiados pelo programa Casa Verde e Amarela, do governo federal, continuam sendo uma ótima opção para a baixa renda, pois os juros foram pouco afetados e há possibilidade de obtenção de subsídios. Famílias de classe média podem recorrer ao saque do FGTS e têm condições favoráveis através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que destina recursos para o financiamento da casa própria.

Perspectiva

A disponibilidade de depósitos feitos na poupança e a expectativa de estabilidade da economia a longo prazo fizeram com que o Santander mantivesse as condições do crédito imobiliário. O banco privado oferece financiamentos a partir de 8,99% de juros ao ano, acrescidos da taxa referencial (TR). A instituição financia até 80% do valor do imóvel, e o prazo de pagamento é de até 35 anos.

“O banco tem uma visão de médio a longo prazo, e o crédito imobiliário reflete essa perspectiva. O Santander tem todo o interesse em permanecer relevante nesse mercado”, afirma o diretor de Negócios Imobiliários, Sandro Gamba.

Segundo ele, o ano de 2022 tende a apresentar uma oferta maior de imóveis novos, devido ao volume de lançamentos ocorridos entre 2019 e 2020. Porém, os financiamentos de imóveis usados continuarão predominando na carteira do banco e do mercado.

A Caixa tem linha semelhante também atrelada à TR, com juros que variam de acordo com o rendimento da poupança, e opções com juros pré-fixados. Além disso, o cliente pode optar pela correção baseada no índice de inflação (IPCA) e pagar juros mais baixos (entre 3,95% e 4,95% ao ano).

“A definição das taxas de juros baseia-se na análise de fatores mercadológicos e conjunturais, variando de acordo com o perfil de relacionamento do cliente com o banco”, esclareceu a Caixa.