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Home equity registra crescimento de 118%

Em um cenário de alta nas taxas de juros no país, o crédito com garantia de imóvel — também chamado de home equity — tem se tornado uma boa alternativa para pessoas que desejam ter acesso a um empréstimo de valor mais alto, e com menores taxas de juros e maior tempo para pagar. Isso acontece porque essa modalidade, cada vez mais difundida no Brasil, permite que a pessoa utilize sua casa ou apartamento já quitado como garantia do crédito, o que reduz o risco de a instituição financeira sofrer um calote.

Somente no Rio de Janeiro, houve aumento de 118% nas solicitações de crédito com a modalidade, de acordo com dados da Creditas, fintech especializada em empréstimos para empreendedores. Há fintechs (startups de tecnologia financeira) cujo principal objetivo é conceder empréstimos com garantia.

Segundo o levantamento, o principal fator para a procurar por crédito com garantia de imóvel no estado foi justamente para investimentos no próprio negócio (28%), seguido por pagamento de dívidas (25%) e aquisição de novos bens (17%). No sistema, os contratos são regidos pelas normas da alienação fiduciária, a propriedade depende da quitação da dívida.

Vantagem

A principal vantagem do home equity são os juros e os prazos mais longos para o pagamento. Somente empréstimo consignado, aquele que prevê o desconto em folha e oferece as taxas mais baixas do mercado, pratica juros tão baixos como o home equity.

Como o imóvel do cliente é dado como garantia de pagamento, a taxa de juros do crédito é bem menor em comparação às outras modalidades. Na modalidade de consignado, a taxa hoje dependendo da instituição financeira é de 2,39%. O empréstimo pessoal junto ao banco fica em torno de 5,71% ao mês e o cheque especial tem juros de 12,30%. Já o home equity possui uma taxa mensal que varia de 0,90% a 1,20% ao mês, em grandes bancos.

Em instituições financeiras, é possível utilizar imóvel próprio ou de até mesmo terceiros, com consentimento. O empréstimo mínimo é de R$ 30 mi, chegando a até 60% do valor do imóvel, com prazo de pagamento em até 20 anos.

Burocracia

Embora as condições de um empréstimo com garantia de imóvel são mais atraentes do ponto de vista financeiro, os especialistas destacam que, por se tratar de uma dívida longa, o tomador de empréstimo deve estar bastante atento ao orçamento para não se atrapalhar nas parcelas e se complicar nesta modalidade na qual a casa é a garantia da operação.

— Pode ser uma boa oportunidade para pessoas que tenham consciência dos custos e tenham tudo muito bem planejado — destacou Gilson Oliveira, professor de Finanças do Ibmec/RJ. — Caso contrário, há o risco de a pessoa ficar endividada e perder a casa.

Um dos principais entraves para a popularização da modalidade é a burocracia envolvida na operação e o custo de cartório. Ao solicitar o crédito, o tomador deve pagar pela avaliação do valor do imóvel. Depois de aprovado o financiamento, ele deve arcar com custos de averbação da alienação do bem ao banco no Cartório de Registro de Imóveis e pagar as taxas cartorárias, o que pode encarecer a operação.

— Hoje, você faz a simulação para contratar R$ 100 mil e descobre que precisa pagar R$ 5 mil ou mais de taxas — lembra ele.