Depois de 3 meses seguidos de alta, o custo do seguro de carro deu uma trégua para o bolso dos consumidores em março. É o que revela o Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA), da insurtech TEx. Em março, o índice geral de seguro auto caiu para 6,6%, percentual pouco abaixo de fevereiro, quando o indicador atingiu o maior patamar da série histórica iniciada há 26 meses e chegou a 6,7%.
Apesar da redução, o índice apresenta aumento de 13,8% no acumulado dos últimos 12 meses. Já na comparação com o mês anterior, houve queda de 1,5% em março.
Nos últimos meses, o indicador vinha em um movimento de alta, muito por conta do aquecimento no mercado de veículos usados e seus efeitos nos preços e nas taxas de roubo e furto, fatores determinantes para a inflação dos seguros.
Para Emir Zanatto, CEO da TEx, a queda em março deste ano sinaliza mais um cenário de estabilidade do que propriamente uma tendência de redução.
O principal motivo por trás da manutenção da taxa, diz ele, é “uma maior convergência no mercado, após absorção e cálculo dos fatores como aquecimento do mercado de usados e taxas de roubo e furto, por exemplo, além de uma freada no aumento dos preços da tabela Fipe”.
No primeiro semestre de 2021, o IPSA teve uma série de reduções, passando depois por um período de alta e terminando o ano no mesmo patamar do início. Já 2022 apresentou algumas elevações e depois leves reduções, fechando com uma retomada da alta. Este ano começou em um patamar muito mais caro do que os anteriores e segue assim até o momento.
Mais barato para elas
O levantamento mostra que o índice de seguro feminino reduziu 3,3% no mês passado, enquanto que o masculino se manteve constante no período. Com isso, a distância no custo do seguro entre os sexos atingiu o maior patamar dos últimos 12 meses, com os homens pagando 25,9% a mais que as mulheres.
A região onde o segurado reside é um fator importante na precificação do seguro. Interfere diretamente as taxas locais de roubo e furto. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro pagou 7,4% do valor do carro em seguro, aproximadamente 72,1% a mais comparado com a Região Metropolitana de Belém, que pagou 4,3%, o índice mais baixo das regiões analisadas.
Na cidade de São Paulo, a Zona Leste tem o seguro auto mais caro, atingindo 9%, sendo 70% maior que no Centro, que obteve o índice mais baixo, de 5,3%.
O que afetam os preços?
1° Classe de bônus: É a variável mais importante para determinar o valor do seguro de um automóvel, sendo categorizada em faixas que vão de 0 a 10. Esses valores são representados pela fidelidade e competência do segurado. Quanto mais renovações sem sinistro, maior será sua classe de bônus.
2° CEP do condutor: A região geográfica por onde o carro transita tem grande importância na determinação do valor do seguro, podendo, por exemplo, encarecer em locais com maior risco de roubo e furto.
3° Valor do veículo: Veículos mais caros, geralmente, não são alvos de roubos e furtos. Por isso, esses veículos têm um valor proporcionalmente menor no seguro.
4° Idade do veículo: Carros mais velhos, com maior quilometragem, têm maior custo de reparo e geralmente são mais roubados. Quanto mais velho o carro, mais caro é o seguro.
5° Idade do condutor: É um bom indicativo de experiência na condução de veículos. Em geral, quanto mais velho é o condutor, menor é o preço do seguro.
6° Fabricante do veículo: Cada fabricante opera de maneira distinta na produção dos veículos, e isso também pode influenciar o preço do seguro. Um exemplo clássico é o custo de manutenção do veículo, que pode variar bastante conforme o fabricante.
7° Tipo de utilização do veículo: Para qual fim o veículo será utilizado? O uso particular é o mais comum, porém, atualmente há muitos casos de transporte por aplicativo, cuja a exposição ao risco e a tendência mais acelerada de desgaste do carro pode provocar uma elevação da tarifa de seguro.
Fonte: InfoMoney.