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O que esperar das decisões de juros no Brasil e nos EUA

Nesta quarta-feira (13), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciam os novos passos das políticas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.

Por lá, a expectativa é que a autoridade monetária mantenha as taxas no atual intervalo de 5,25% e 5,50% — o maior patamar em mais de duas décadas.

No Brasil, as apostas estão em nova queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) pela autarquia, o que levaria a Selic ao patamar de 11,75% ao ano.

Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, avalia que os comunicados desta “Super Quarta” devem vir com tom de cautela, tanto no cenário doméstico quanto internacional.

Nos EUA, a grande questão, segundo o economista, é se o comunicado do Fed vai sancionar a discussão de que os cortes de juros podem acontecer ainda no primeiro semestre do ano que vem.

“Há poucas semanas, o mantra era ‘juros altos por tempo prolongado’. Só que agora, com a melhora do cenário inflacionário, o que o mercado fez foi colocar alguma probabilidade alta de cortes para março e colocar mais 50% de chance de cortes já para maio”, explica.

Para Caruso, o Fed deve reconhecer parcialmente a melhora das condições de curto prazo, como a redução da inflação.

No entanto, o economista avalia que a atividade econômica americana perdeu muito pouco fôlego, o que cria uma certa “dicotomia” para a instituição.

“Não se sabe o quanto que essa desinflação pode ser consistente no tempo. Eu imagino que o banco central americano vai tentar conter um pouco os ânimos. Fazendo uma metáfora futebolística: o Fed vai tentar não gritar gol antes do gol”, afirma.

No cenário doméstico, o economista acredita em um novo corte de 0,50 p.p. na Selic, mas questiona se o Copom se sentirá confortável em mudar a sinalização que tem dado nas últimas reuniões.

Caruso pondera que, apesar da inflação corrente ter apresentado melhora expressiva, a expectativa para o indicador não evoluiu muito. Além disso, a atividade econômica desacelerou — o que, segundo ele, cria um cenário de fragilidade.

“Se você pegar a inflação corrente e a atividade, elas talvez conversem com algum tipo de vontade, de alguns diretores, de deixar a porta aberta para as próximas [reuniões], quem sabe, de precisar acelerar [o ritmo de cortes]”, avalia.

Segundo o economista, ainda existem algumas dúvidas sobre a expectativa de inflação, além de incertezas sobre questões fiscais, que têm impacto inflacionário de médio e longo prazo.

“Eu ainda acho que eles vão jogar esse jogo com cautela”, conclui.

Fonte: CNN Brasil.