O custo do seguro para automóveis deu uma trégua no mês passado, apresentando recuo de 5,7% na comparação com abril. É o que revela o Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA), da insurtech TEx.
Segundo o levantamento, o indicador chegou a 6,6% do valor do veículo em maio contra 7% registrado em abril, quando atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada há 29 meses. Em 12 meses, houve um aumento de 3,1 p.p.
A implementação de descontos para automóveis populares que custam até R$ 120 mil, que começa a surtir efeito no movimento das concessionárias, também deve ter impacto na venda de seguros.
“Os preços dos seguros são influenciados por diversos fatores, como o perfil do condutor, histórico de sinistros e valor do veículo. Embora um aumento nas vendas possa levar a uma elevação na quantidade de seguros contratados, não há uma relação direta e imediata entre as vendas e os preços dos seguros. As seguradoras utilizam modelos estatísticos para determinar os preços, levando em consideração diversos fatores de risco”, diz Emir Zanatto, CEO da TEx.
Para ele, se as vendas de carros subirem significativamente, as seguradoras podem ajustar suas análises de risco e, consequentemente, os preços dos seguros.
No entanto, inicialmente, não se espera um impacto significativo na taxa, que é calculada como o valor do seguro multiplicado pelo valor Fipe (referência de preços de veículos no Brasil).
“Em resumo, embora as vendas de carros possam ter algum impacto nos preços dos seguros, a relação não é direta e imediata. Os preços dos seguros são determinados por diversos fatores, e as seguradoras ajustam suas análises de risco e preços de acordo com as mudanças no mercado”, comenta.
Por gênero
De acordo com o indicador, o valor do seguro para o gênero masculino diminuiu, saindo de 7,9% do valor do carro em abril para 7,2% no mês passado. Para o sexo feminino o índice se manteve estável, em 5,8%.
O estado civil também influencia no valor do seguro automóvel. De acordo com o IPSA, homens solteiros pagaram em média 10,1% no seguro de automóvel, sendo 63% mais caro que homens casados, que pagaram 6,2%. Já entre as mulheres, a distância entre solteiras e casadas é menor, de 28%.
Dados regionais
A região onde o segurado reside é um fator muito importante na precificação do seguro, pois interfere diretamente nas taxas de roubo e furto.
“Em maio, pudemos observar que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro pagou 7,8% [do valor do seguro do carro], aproximadamente 85,7% a mais comparado com a Região Metropolitana de Belém, que pagou 4,2%, o índice mais baixo das regiões comparadas”, destaca o executivo.
Especificamente na cidade de São Paulo, o IPSA aponta que em maio o seguro na Zona Leste ficou 62,5% superior à região central. Já no Rio de Janeiro, a distância entre os extremos foi ainda maior, a Zona Norte pagou 88% a mais que a Zona Sul.
Nesse cenário, Belo Horizonte e Recife apresentaram preços menores em comparação com Rio e São Paulo. A capital pernambucana teve a menor distância entre os extremos, com a Zona Sudoeste pagando 51% a mais que a Zona Noroeste.
O que afetam os preços?
1° Classe de bônus: É a variável mais importante para determinar o valor do seguro de um automóvel, sendo categorizada em faixas que vão de 0 a 10. Esses valores são representados pela fidelidade e competência do segurado. Quanto mais renovações sem sinistro, maior será sua classe de bônus.
2° CEP do condutor: A região geográfica por onde o carro transita tem grande importância na determinação do valor do seguro, podendo, por exemplo, encarecer em locais com maior risco de roubo e furto.
3° Valor do veículo: Veículos mais caros, geralmente, não são alvos de roubos e furtos. Por isso, esses veículos têm um valor proporcionalmente menor no seguro.
4° Idade do veículo: Carros mais velhos, com maior quilometragem, têm maior custo de reparo e geralmente são mais roubados. Quanto mais velho o carro, mais caro é o seguro.
5° Idade do condutor: É um bom indicativo de experiência na condução de veículos. Em geral, quanto mais velho é o condutor, menor é o preço do seguro.
6° Fabricante do veículo: Cada fabricante opera de maneira distinta na produção dos veículos, e isso também pode influenciar o preço do seguro. Um exemplo clássico é o custo de manutenção do veículo, que pode variar bastante conforme o fabricante.
7° Tipo de utilização do veículo: Para qual fim o veículo será utilizado? O uso particular é o mais comum, porém, atualmente há muitos casos de transporte por aplicativo, cuja a exposição ao risco e a tendência mais acelerada de desgaste do carro pode provocar uma elevação da tarifa de seguro.
Fonte: InfoMoney.