Após um período de seca de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), que já dura mais de um ano, bancos de investimentos começam a fazer projeções e avaliam que o mercado de capitais voltará a ficar mais aquecido a partir de novembro. Uma vez definidas as eleições, independentemente de quem vencer o pleito, as empresas começam a retomar os planos de levantar dinheiro na bolsa brasileira, de acordo com executivos ouvidos pelo Valor.
Embora ainda haja muitas incertezas no mercado, considerando a trajetória de aperto monetário no cenário externo, com juros em alta para combater a inflação, risco de recessão, além do conflito entre Ucrânia e Rússia, os bancos de investimentos veem espaço no país para até 35 operações, entre IPOs e oferta subsequente de ações (“follow-ons”), a partir do ano que vem.
Empresas da economia real, sobretudo as ligadas a infraestrutura e commodities, estão entre as apostas do setor financeiro para que voltem a se financiar via bolsa. Já as companhias mais ligadas à tecnologia deverão demorar mais um tempo para retomar o fluxo de antes da crise das “techs” no mercado.
Nessa cesta, as companhias de saneamento BRK Ambiental e Aegea são duas apostas do mercado financeiro que podem seguir esse caminho, apurou o Valor. A BRK, que tem crescido por meio de aquisições e tentou abrir o capital no início deste ano, poderá retomar seus planos de IPO no ano que vem. O grupo CBO, de embarcações, que tem as gestoras Vinci e Pátria como acionistas, deve seguir o mesmo rumo. O mercado vê a saída dos fundos como um caminho natural.
Fonte: Valor Econômico.