As condições de crédito para grande parte dos bancos da América Latina ficarão estáveis no próximo ano, acredita a Moody’s. Segundo a agência de classificação de risco, a pressão inflacionária e a fraqueza dos mercados de trabalhos nos países da região trarão riscos, mas que as instituições financeiras têm reservas e fontes de geração de lucro para absorver o impacto.
Ainda segundo a análise, os prospectos devem variar em cada país. “As condições de crédito na América Latina irá se normalizar, suportadas pela recuperação da economia global e à medida que os efeitos da pandemia diminuíam e os consumidores se adaptem.”
Para um dos coautores do relatório, o analista Rodrigo Marimon, afirma que a vacinação contra a covid-19 ajuda nas perspectivas de negócio.
“Embora as tendências demográficas de população jovem e baixa inclusão financeira apresentem oportunidades para as instituições em geral, o aprofundamento da desigualdade de renda na região permanece como uma ameaça à recuperação da economia, e demandas sociais aumentam os riscos políticos”, diz o analista.
Além disso, Marimon revela que a alta liquidez e capitalização adequada dos bancos formam um “colchão” contra esses riscos, assim como, as reservas contra a inadimplência, em grande parte constituídas em 2020. Para os bancos maiores, os riscos não são tão grandes, enquanto as instituições de porte menor devem permanecer vulneráveis.
Entretanto, a baixa bancarização da população latino americana ainda traz oportunidades para que fintechs e as big techs ofertem serviços financeiros nos países da região, afirma a Moody’s. Para eles, as maiores oportunidades estão em parte do segmento de varejo e junto às pequenas e médias empresas.
Desta forma, a Moody’s considera que os novos entrantes podem continuar derrubando barreiras de entrada em segmentos do mercado, e que regulações favoráveis à competição aumentarão a concorrência em países da região, em um desafio aos moldes de negócio das instituições financeiras tradicionais.
Com: Estadão Conteúdo.