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Consórcio é opção de crédito, especialmente em momentos de juros elevados

Existe uma premissa de que o consórcio se torna bastante atrativo quando encarado como uma ferramenta de crédito. Sim, ele é também uma ferramenta de crédito, regulamentada e regulada pelo Banco Central, e com diretrizes muito claras para o consumidor. As administradoras são gestoras de fundos que dão aos consumidores acesso a essa modalidade, cada vez mais procurada no contexto de alta nas taxas de juros, que torna o acesso ao apoio financeiro mais caro e, por conseguinte, mais restrito.

Para começar, o consórcio não é regulado por taxas de juros, como ocorre com produtos triviais de bancos, fintechs e financeiras, mas por uma taxa de administração, cobrada pela administradora para manter a operação. E tudo é pré-fixado, permanecendo assim até o final do processo. Sem sustos.

Por envolver um pool de dinheiro mais acessível, por ser uma commodity totalmente regulamentada, os consórcios são pouco afetados pelo cenário macroeconômico, o que é uma vantagem para contratos a longo prazo. Afinal, como mencionado, a taxa administrativa é pré-fixada.

Não podemos nos esquecer de que o consórcio é uma ferramenta consolidada, com mais de 50 anos de presença no mercado. Já sobreviveu a diversas crises que tivemos no Brasil nas últimas décadas, o que demonstra como “navega” de forma estável. E pelas suas características de ser pouco afetado pelo contexto macroeconômico, acaba crescendo ainda mais justamente nos períodos de crise.

De maneira geral, é a pessoa física que procura o consórcio, pela possibilidade de aquisição de bens em condições mais acessíveis, que cabem no seu orçamento e no seu planejamento. Desde a crise de 2014, no entanto, também se verificou a entrada relevante de pessoas jurídicas nesse sistema, que passaram a enxergar o consórcio como uma ferramenta para expandir seu negócio.

O setor de consórcio tem experimentado um crescimento de 30% ao ano. A expectativa do mercado é que ele mantenha essa aceleração em 2023, mesmo diante da possibilidade de uma crise financeira global. Afinal, trata-se de uma ferramenta segura, e que, por ser “marginal” em relação a esse sistema, não se sujeita a essas crises. E ainda traz, consigo, o elemento do acesso a crédito.

O consórcio é muito dinâmico na forma de uso do crédito. São quatro categorias e, dentro de cada uma, o cliente procura o crédito que deseja: a imobiliária, para compra de imóveis diversos; veículos automotores, que inclui de mobilete a equipamentos pesados; linha branca (geladeiras, fogões); e serviços, que oferece crédito flex para se pagar serviços, como o pintor da casa, o eletricista, a festa de formatura, a viagem de lua de mel.

A modalidade também pode ser encarada como uma opção de investimento. Ela fez uma correção anual, com valor de mercado. Quando o cliente não é contemplado, corrige-se por uma tabela mais “padrão” (IGPM, INPC), mas quando está com crédito aprovado, entra o reajuste pela Selic. Entre 2013 e 2014, o Brasil teve uma taxa Selic muito alta, na faixa de 14% a 15%. Houve estoque de dinheiro parado enorme porque as pessoas não queriam arriscar. Preferiram deixar o dinheiro “parado” no consórcio, onde ele seria menos afetado pelo cenário macroeconômico.

Um outro ponto que vale a pena ressaltar é que, além de ter um custo mais barato em relação a outras opções de financiamento, o consórcio não diferencia a idade do cliente, o que já não acontece em um financiamento padrão, em que o valor e as condições variam de acordo com a idade, os ganhos.

Já para pessoas jurídicas de forma geral, o consórcio se torna atrativo quando consideramos os ganhos de oportunidades e a alavancagem de vendas em um cenário macroeconômico potencialmente desfavorável. Quando se usa capital de giro, tem que pesar compra e venda. O transacional é obrigatório. Já no consórcio não, já que a administradora tem um estoque de crédito muito grande.

Fonte: Rodrigo Salim.