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Financiamento imobiliário baseado na poupança está chegando ao limite, diz diretor do BC

Encontrar novas alternativas de captação de recursos para o crédito imobiliário será fundamental para o crescimento do setor nos próximos anos, apontou o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, durante o Abecip Summit. Segundo ele, o modelo de funding (financiamento) baseado na poupança está chegando ao limite.

“Nos últimos anos saímos de 2% a 3% do PIB para 10% no PIB [a proporção do crédito imobiliário], mas todas as instituições financeiras estão chegando próximas ou passando do limite de alocação dos recursos vindos da poupança”, disse.

Para Damaso, “o modelo atual de funding imobiliário não vai permitir sair desse patamar atual [de 10% do PIB] para outro como 15% ou 20% do PIB”.

O diretor do BC apontou as Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) e a securitização como dois caminhos viáveis para sustentar o crescimento do setor no Brasil. “Entra aí a questão de onde vai vir o recurso. Tem duas frentes que passam a ser prioridade do BC, a LIG que já tem estoque de R$ 70 bilhões, e para a qual estamos estudando aperfeiçoamentos como a possibilidade de LIG no exterior. Outro caminho é olhar para a securitização de forma mais pragmática. Do meu ponto de vista é esse segmento que vai fazer o mercado brasileiro mudar de patamar.”

Damaso também comentou o sistema de garantias das linhas e avaliou ser necessário restabelecer a hipoteca como ferramenta para atrair o interesse de capital estrangeiro. “Quando a gente conversa com investidores internacionais às vezes é difícil explicar o que é alienação fiduciária e se a gente vai mirar o ‘funding’ externo precisa restabelecer a hipoteca como instrumento de garantia do financiamento imobiliário.”

Damaso também afirmou que a adequação das requisições de capital do arcabouço de Basileia III para o crédito imobiliário pelas instituições financeiras brasileiras vai reduzir em R$ 7 bilhões a exigência a partir de dezembro de 2023. Com o alinhamento cada vez maior com arcabouço de Basileia III, que tem uma adaptação na forma como é exigido o requerimento de capital das instituições para o financiamento imobiliário, quando olhamos para as carteiras de crédito imobiliário [dos bancos brasileiros] teve redução de capital em torno de R$ 7 bilhões e isso começa a valer em dezembro de 2023.”

Fonte: Valor Econômico.