O governo anunciou recentemente um conjunto de medidas para estimular o mercado de crédito com o objetivo de reduzir as taxas de juros nos financiamentos.
A informação foi dada pelo secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. À CNN, o secretário garantiu que não há previsão de medidas com juros subsidiados ou com qualquer custo para os cofres do tesouro nacional.
“Não há nenhum centavo de dinheiro público. As medidas são para instituir os marcos legais para melhorar as garantias das operações de crédito, a alocação de recursos com juros menores”, disse Sacshida.
Novas medidas provisórias
O governo vem trabalhando na construção dessa alteração desde 2019, mas não conseguiu avançar até agora. A ideia é promover o fracionamento das garantias usadas nas operações de financiamento.
Hoje, quando um bem ou patrimônio é utilizado como garantia na tomada de crédito, ele fica travado na instituição financeira que faz a concessão. Com as mudanças que serão anunciadas, uma empresa ou uma pessoa poderá usar o mesmo bem para negociar juros mais baixos em outras operações.
Fontes que participam da concepção das medidas confirmaram à CNN que será criada a figura da Instituição Gestora de Garantias, um marco legal para que o próprio setor financeiro se organize e monte as gestoras.
A falta de garantias é apontada como um dos maiores entraves do mercado de crédito no brasil, já que encarece os financiamentos e inviabiliza projetos de longo prazo.
Um estudo feito pelo Banco Central no início do ano mostrou o tamanho da diferença entre as operações: um empréstimo pessoal não consignado tem uma taxa de juros com mais de 92 pontos porcentuais acima da cobrada de um empréstimo com garantia.
Desde que adotou a alienação fiduciária, no início dos anos 2000, o mercado de crédito brasileiro mais do que dobrou, especialmente nos financiamentos imobiliário e de automóveis. O crédito consignado foi a mudança seguinte, e também derrubou os juros e aumentou o volume de operações.
No mercado imobiliário, os empréstimos com garantias correspondem a menos da metade das concessões. Nos Estados Unidos, essa modalidade passa dos 90% no mercado.
Fonte: CNN.