Segundo Lígia Novazzi, COO & Sócia da Teros, empresa especializada em soluções de Inteligência de Dados, o Open Finance é um sistema desenvolvido pelo Banco Central que permite que uma instituição financeira compartilhe informações de seus clientes com outras.
Ou seja, com a devida autorização, autenticação por senha e confirmação do consumidor, as instituições podem transmitir os dados de seus clientes e realizar ofertas personalizadas de produtos com base nas informações recebidas.
“Todas as empresas que participam do Open Finance devem cumprir regras bem rígidas determinadas pelo Branco Central e realizar o compartilhamento de dados de forma extremamente segura, obedecendo às regras da LGPD”, comenta Lígia.
Além disso, o cliente passa a ser dono dos próprios dados e adquire a liberdade de determinar quando eles podem ser usados, por quais empresas e, também, por quanto tempo.
Apesar de muitas informações já terem sido compartilhadas, há alguns questionamentos a respeito do funcionamento do Open Finance. Para não deixar dúvidas, Lígia listou cinco mitos e verdades sobre o assunto.
- O sistema diminui custos?
Verdade. Quando o sistema estiver 100% pronto, ele vai permitir que os clientes realizem movimentações bancárias por diversas plataformas. Porém, para isso acontecer, as instituições financeiras deverão adequar os próprios sistemas para conseguir integrar as APIs e realizar o compartilhamento de dados com segurança.
Com a integração das APIs, intermediários não serão mais necessários e, consequentemente, qualquer processo sairá mais rápido e terá menos custos.
- Os dados não ficarão seguros?
Mito. No primeiro semestre de 2022 foi marcado por 5,1 mil tentativas de fraudes de identidade por hora em todo país, totalizando cerca de 2,1 milhões de tentativas, entre janeiro e junho, segundo levantamento realizado pela Unico.
Por conta disso, as pessoas ficam mais preocupadas quando o assunto é compartilhamento de dados. Porém, muitas medidas estão sendo tomadas para que a segurança dos usuários seja garantida no Open Finance.
Os dados ficarão sob o controle dos usuários e só poderão ser utilizados com a autorização. Além disso, eles estarão protegidos pela LGPD e pela Lei do Sigilo Bancário. Ambas as leis obrigam as instituições a fortalecerem seus sistemas e políticas de segurança.
- O Open Finance acabará com as agências bancárias?
Mito. Não existe nenhum dado que comprove a relação entre o Open Finance e o fechamento das agências bancárias. O que pode acontecer é aumentar a competitividade entre todos os tipos de instituições financeiras e, também, um crescimento nos serviços digitais que serão ofertados.
- Os serviços poderão ser personalizados?
Verdade. Com o compartilhamento de dados, as instituições poderão entender melhor o perfil dos consumidores e oferecer serviços personalizados, de acordo com a necessidade particular de cada um.
Isso vai permitir, ao consumidor, a não necessidade de recorrer somente às instituições financeiras que já tenham algum tipo de relacionamento.
- Gerenciar contas será um processo mais complicado e demorado?
Mito. O controle e o acesso a produtos financeiros vão ocorrer de maneira centralizada, fazendo com que o usuário não precise ficar acessando múltiplos aplicativos para conseguir administrar suas finanças. Ou seja, o Open Finance vai facilitar a vida do cliente.
“Quando o Open Finance passar por todas as suas fases de implementação, será possível realizar o cadastro no sistema de duas maneiras: ativa e passiva. Na ativa, o cliente deverá procurar pela instituição financeira para manifestar a vontade de compartilhar suas informações. Já na passiva, a instituição fará o contato com o cliente a fim de pedir autorização para o compartilhamento de dados e o oferecimento de produtos e serviços”, finaliza Lígia.