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Qual é a linha de crédito imobiliário ideal, com Selic mantida a 13,75%?

Financiar um imóvel fica mais difícil com uma taxa Selic alta. Mantida a 13,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), maior patamar desde 2017, a taxa interfere no valor das prestações de um imóvel, pois é a base para todas as taxas do mercado, que tendem a ficar mais altas quando ela está elevada. Nesse cenário inescapável, com projeção de uma Selic ainda acima dos 11% até o final de 2023, escolher bem a linha de crédito do financiamento imobiliário pode significar uma economia — ou um gasto a mais — de dezenas de milhares de reais.

O mercado trabalha com três linhas de crédito imobiliário: a atrelada à Taxa Referencial (TR), à poupança e ao IPCA, a inflação oficial. Não existe uma única modalidade que seja considerada ideal para qualquer situação, explica o CEO da Credihome by Loft, empresa de crédito imobiliário, Bruno Gama. Um dos primeiros fatores que deve guiar a decisão é o prazo do financiamento, detalha ele.

O interessado em financiar uma casa precisa comparar o Custo Efetivo Total (CET) de cada modalidade de crédito. O CET engloba todos os custos do crédito, inclusive os juros. “Normalmente os bancos utilizam uma taxa fixa mais um indicador de correção para calcular os juros, sendo a TR o indicador de correção mais comum, por ser razoavelmente baixo. Mas existem também os contratos corrigidos pelo IPCA, que é o índice de inflação. Esses contratos geralmente têm taxa de juros mais baixa, mas são mais imprevisíveis”, examina Gama.

Como o IPCA é um índice reajustado mensalmente, o especialista pondera que ela é menos recomendada para financiamentos de longo prazo. Outra opção, além da TR, mais tradicional, é a linha atrelada à poupança, que tem um teto para reajustes. Mas não é somente a escolha da linha de crédito que influencia no valor das prestações.

O sistema de amortização também interfere no preço. Ele pode ser Price, com parcelas iguais ao longo do tempo, ou Sistema de Amortização Constante (SAC), com parcelas que diminuem a cada novo pagamento. “A linha de financiamento mais usual é a SAC, na qual a pessoa compradora inicia com uma prestação de financiamento mais alta, mas em contrapartida abate um valor maior do saldo devedor a cada prestação. O juro é calculado sobre o saldo devedor, que é decrescente, permitindo que a pessoa compradora passe a pagar menos juros a cada prestação quitada”, esclarece Gama.

Confira a simulação de crédito imobiliário

A Credihome by Loft simulou o financiamento de um imóvel de R$ 500 mil com linha de crédito atrelada à poupança e à TR. Nos casos, considerou-se uma entrada de 20% e o financiamento dos 80% restantes durante 30 anos. Confira o resultado:

 

Taxa fixa + Poupança

Taxa de juros: 3,5% ao ano de taxa fixa + 6,17% ao ano de correção pela poupança;

Valor da primeira parcela: R$ 4.296,16;

Soma total das parcelas: R$ 991.400,026;

Custo Efetivo Total (CET): 10,14% ao ano.

 

Taxa fixa + Taxa Referencial (TR)

Taxa de juros: 8,63% ao ano;

Valor da primeira parcela: R$ 4.110,37;

Soma total das parcelas: R$ 979.288,17;

Custo Efetivo Total (CET): 9,70% ao ano.

Fonte: O Tempo.